29 nov 2022 Quando vale a pena fazer um consórcio?
A proposta por trás de um consórcio é tentadora para muitos clientes. Afinal, quitar o preço de um bem ou serviço de grande valor antes mesmo de comprá-lo parece interessante frente a altas taxas de financiamento e crédito. Mas vale a pena fazer um consórcio? E quais são os cenários ideais?
O que é um consórcio?
Um consórcio funciona como uma poupança coletiva. Na prática, significa que você e outros interessados buscam uma instituição financeira credenciada e se associam a um tipo de consórcio de acordo com o dinheiro que buscam acumular.
Existem consórcios de 36, 48, 80, 120 e até 180 meses, com o objetivo de atender aos mais diversos interesses dos consorciados. Há clientes que buscam juntar dinheiro para realizar uma viagem, escolher o carro ideal ou até mesmo garantir o imóvel próprio.
A cada mês, os associados pagam uma parcela pré-definida, que, ao longo dos meses, se converte em cartas de crédito para cada um. São sorteadas cartas durante o contrato e se, ao final, o cliente não tiver sido contemplado, recebe sua parte.
Ao contrário de um crédito, em que o cliente faz a compra e depois paga as parcelas, o consórcio prevê que a quitação vem antes (a não ser que o contratante seja sorteado no início do processo).
Taxas e custos de um consórcio
Vale lembrar que um dos diferenciais de um consórcio, em relação às linhas de crédito, é a taxa de juros. Enquanto os empréstimos cobram juros altos, os consórcios só reajustam de acordo com o poder de compra.
Além disso, há a taxa de administração, que também costuma ser mais baixa do que outros modelos. Vale frisar que somente instituições financeiras e bancos credenciados estão aptos a organizar e gerir consórcios. De acordo com a Lei do Consórcio, em vigor desde 2008,
Art. 6o A normatização, coordenação, supervisão, fiscalização e controle das atividades do sistema de consórcios serão realizados pelo Banco Central do Brasil.
3 perguntas para responder antes de contratar um consórcio
Antes de tomar a decisão, existem alguns pontos que o cliente deve considerar ao contratar um consórcio. Não existe uma forma de aquisição de bens que funcione igualmente para todos os consumidores. Justamente por isso, é preciso ter um olhar atento ao examinar sua vida financeira e o bem que deseja adquirir.
1) Você tem dinheiro guardado?
Uma das principais barreiras ao adquirir bens de grande valor, como veículos e imóveis, é a parcela de entrada. Mesmo pessoas que organizam seus gastos não conseguem atingir 20 ou 25% do valor à vista.
Ou seja, parte do problema que o consórcio visa solucionar é a liquidez na hora de fazer seu investimento. Por exemplo, se uma casa custa R$400 mil e a entrada é de 20%, o comprador precisaria ter R$80 mil para começar a compra. No consórcio, não existe a questão da entrada. Para uma carta de crédito de R$ 400 mil, supondo um consórcio de 80 meses, a parcela sairia R$5000.
2) Qual é seu nível de organização financeira?
Esse critério é importante para qualquer forma de investimento. O consórcio não é exceção. Por contar com parcelas fixas, é visto como uma despesa recorrente pelos consorciados, o que ajuda a organizar o orçamento.
Uma das críticas feitas em relação ao consórcio é que ele não é um investimento e que, sabendo aplicar o dinheiro, existem formas de ampliar o crédito a longo prazo.
Na prática, pessoas que precisam de clareza na gestão de gastos se beneficiam dessa modalidade, já que a recorrência da parcela é mais visível do que investimentos. Já para investidores mais experientes, o processo de colocar dinheiro para render pode aumentar os ganhos no mesmo prazo, mas, sem o cuidado necessário, corre-se o risco de não cumprir com a periodicidade.
3) Quando você quer ter o bem?
Talvez a pergunta mais importante em relação ao consórcio é: você prefere ter algo e pagar depois ou quitar os custos antes mesmo de ter o bem em mãos, mesmo que demore múltiplos anos?
Por exemplo, se você quer comprar um imóvel daqui a 5 anos, o consórcio pode ser uma forma interessante de poupar e organizar seu dinheiro, com a segurança necessária. Mas se o seu objetivo financeiro for uma viagem no próximo ano, talvez não faça sentido escolher o consórcio.
Para saber se vale a pena fazer um consórcio, você deve ter um olhar analítico para suas finanças, hábitos, gastos e projeto de vida. Conte com a ajuda de nossos especialistas nesse processo!